quinta-feira, 14 de abril de 2011

HSPA+ pode virar o jogo da produção local de celulares

Com as vendas externas de celulares em queda e as importações em alta, a migração das teles móveis brasileiras para o HSPA+ - tecnologia que amplia a velocidade ddo serviço de dados para 21 Mbps no pico - poderia ser vista de forma mais crítica pelo governo, adverte Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas. O Executivo também defende: É o momento de se pensar numa revisão do uso da faixa de 1,8GHz e recolocar, logo, à mesa o embate sobre o futuro do 700 Mhz.

Em visita ao Brasil - participou do LTE Latin America, evento realizado no Rio de Janeiro, Erasmo Rojas define como salutar a preocupação do governo brasileiro de definir regras de cobertura para o LTE na faixa de 2,5GHz, mas observa que o HSPA+ - com sete operações comerciais na região - CellularOne (Bermudas), Digicel (Bermudas), Entel Movil (Chile), Movistar (Chile), Iusacell (México), AT&T (Porto Rico) e T-Mobile (Porto Rico) e em testes em outras teles, entre elas, na Vivo, TIM, Claro e Algar - surge como uma alternativa real e de curto prazo para ampliar a demanda produtiva da indústria móvel.

"O HSPA já tem mais de 45 milhões de assinantes na América Latina,já tem uma indústria consolidada, mas está chegando ao Brasil - tanto em terminais como nos modems banda larga. Se o Brasil está querendo incrementar, revigorar sua planta fabril na área, o momento é este. É hora de atrair os fabricantes e trazer essa produção de celulares HSPA. Serviriam para o mercado local e para suportar os demais países", salienta Rojas.

"A tecnologia exige poucas alterações na rede das operadoras e pode suprir com eficiência a demanda por cobertura maior dos serviços. O LTE ficaria para nichos. A verdade é que o LTE não será para a massa no seu primeiro momento", acrescenta.

Fato é que, no último trimestre, os celulares perderam a posição, mantida desde 2000, de produtos mais vendidos da balança comercial eletroeletrônica. E mais: A importação de aparelhos só faz crescer, uma vez que os terminais inteligentes, os smartphones, não têm larga produção no país.

Se o governo não se mobiliza, a indústria local também não parece estar atenta. Procurada pela reportagem do Convergência Digital, a Anatel informa que, até o momento, não há nenhum pedido em análise para a produção local voltada para atender os projetos de HSPA+.

Ciente ainda que está tocando em um vespeiro, especialmente no Brasil, o executivo da 4G Americas, sustenta: O país precisa considerar a ideia de fazer uma revisão do uso da faixa de 1.8GHz e recolocar à mesa, o debate sobre a faixa de 700 MHz - hoje utilizada pela radiodifusão.

"Sei que esse tema é polêmico, envolve boa disputa entre empresas de porte, mas precisamos repensar a adequação das faixas. Quanto mais baixa a frequência, melhor o seu uso para serviços de banda larga e menor a exigência de equipamentos. Otimizar o espectro é absolutamente necessário", reitera Rojas.

"Além disso, há um problema ainda mais grave: Os celulares vão ter que funcionar em variadas faixas (850 Mhz, 1,8 Ghz, 1,9 GHz, 2,1 GHz e 2,5GHz), o que encarece, e muito, o custo de produção", completa o diretor da 4G Americas.

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